A Crónica da Semana

O passado e o futuro do Porto
por devenish

O FC Porto começou a época 2004/2005, após dois anos no topo da Europa com as
conquistas em 2003 da Taça UEFA e em 2004 da Liga dos Campeões, sem a
responsabilidade de voltar a ser campeão europeu - qual a equipa europeia que
nos últimos 20 anos bisou o título? -, mas acabou com o trauma de ter
perdido o seu carismático treinador José Mourinho.
O treinador escolhido para o substituir não se adaptou às características da
equipa e do clube e acabou por ser substituído ainda a pré-época não tinha
acabado. O seu sucessor, Victor Fernández, dificilmente teria sucesso imediato,
até porque não era possível continuar o trabalho de José Mourinho com o plantel
existente. Esse plantel já não era o mesmo, tinham saído pedras basilares da
equipa como Deco, Ricardo Carvalho, Paulo Ferreira, Alenitchev, Pedro Mendes, e
os novos jogadores entretanto contratados demoraram a entrosar-se e a constituir
uma equipa sólida. Mesmo assim conquistou a Supertaça de Portugal e só perdeu a
Supertaça Europeia porque encontrou pela frente uma equipa em estado mais
avançado de preparação.

A carreira da equipa na Superliga tem decorrido entre o oito e o oitenta, se me
permitem esta frase. Tem vencido os jogos mais importantes e perdido aqueles que
se previam mais fáceis.
É preciso recuar décadas atrás para ver o FCP perder 10 pontos em casa em 16
jornadas realizadas. Pelo meio da Superliga, foi eliminado da Taça de
Portugal na 1ª eliminatória, mas não foi arredado da prova por uma equipa
qualquer, jogou fora de casa e a equipa vencedora chama-se Vitória de Guimarães!

Mesmo que esteja ocasionalmente em mau momento é sempre um adversário temível.
Já este mês tornou-se Campeão do Mundo de Clubes (ou vencedor da Taça
Intercontinental, como quiserem) no Japão. Um dos objectivos principais da
época, senão o maior, foi conseguido!

Na Liga dos Campeões, após uma carreira titubeante, conseguiu ser apurado para a
fase seguinte. Na Superliga poderemos acabar o chamado «campeonato de Inverno»
em 1º lugar. Tudo está em aberto quer na Superliga quer na Liga dos Campeões.

Termino com esta frase da autoria de José Mourinho dita após a final de
Sevilha:
«inesquecível, mas que ninguém nos diga irrepetível!»
Após Sevilha houve Gelsenkirchen e depois Yokohama. Os portistas não sonham, mas acreditam que com trabalho e um pouco de sorte à mistura tudo é possível!

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por j_eagle