Argentina-México: aztecas tentam morder a fava

O México defronta a partir das 20 horas em Leipzig a Argentina que os portugueses não queriam nos oitavos-de-final do Mundial 2006. A equipa "albiceleste" apresenta-se neste Campeonato da Alemanha como uma das fortes candidatas ao título depois de uma primeira fase em que encantou com um futebol ofensivo que rendeu um total de oito golos marcados e apenas um sofrido. Já o México surge com menos credenciais depois de ter sido segundo atrás de Portugal com apenas uma vitória contra o Irão, mas isso não apaga a esperança dos aztecas que, com a leveza de quem não é favorito, esperam surpreender...

Mexicanos contam marcar mais

O treinador dos mexicanos considera que a sua equipa tem «jogado sob pressão nos últimos três anos e meio, no sábado começamos do zero», diz Ricardo Lavolpe. «Não haverá vantagem para nós e isso pode servir-nos», destaca o seleccionador do México que é natural da Argentina e que até já foi campeão do mundo pelo seu país em 1978. Referindo que os seus jogadores «estarão muito mais à vontade» e que «isso ajudá-los-á a marcar golos», Lavolpe nota a importância de finalizar melhor as oportunidades criadas e diz que vai apresentar uma «equipa diferente contra a Argentina».
Do lado do "País das Pampas" o treinador José Pekerman diz que está à espera de «um bom jogo» frente a «adversários fortes». «Será um jogo duro, mas nós temos muita ambição e queremos continuar», destaca o seleccionador argentino, salientando que a sua equipa apresentará «a mesma atitude vencedora» exibida na primeira fase. A Argentina foi líder no Grupo C à frente da Holanda somando dois triunfos e um empate a zero precisamente contra a "Laranja Mecânica". Os 6-0 infligidos pela equipa à Sérvia e Montenegro são o resultado mais expressivo da Fase de Grupos e os "albicelestes" derrotaram ainda a Costa do Marfim por 2-1. Perante estes dados as bolsas de apostas apontam-nos como dos principais favoritos ao título, mas Pekerman alerta para os perigos dos mexicanos. O seleccionador diz que tem uma «imagem positiva do México», sublinhando que os adversários «estão em alta no ranking da FIFA e jogaram bem na Taça das Confederações no ano passado». Além disso são «tecnicamente habilidosos e uma equipa altamente competitiva», frisa.

Na Argentina sonha-se com novo título mundial

Argentina e México defrontaram-se já por 23 vezes antes do encontros dos oitavos-de-final na Alemanha. Os argentinos têm uma vantagem de oito triunfos e apenas quatro derrotas com 11 jogos empatados. As duas equipas só por uma vez se enfrentaram numa fase final de um Mundial, foi em 1930 com o México a sair goleado por 6-3. Na Argentina acredita-se na possibilidade de repetir a façanha e de poder voltar a erguer a Taça de Campeão do Mundo à imagem do sucedido em 1978 e em 1986.
Já o México nunca foi campeão do mundo, tendo como melhor resultado a ida aos quartos-de-final em 1970 e em 1986 precisamente nos dois Mundiais que acolheu.
Para o jogo de Leipzig o México não pode contar com o médio Luis Pérez que está suspenso depois de ter sido expulso frente a Portugal. O brasileiro naturalizado Zinha deve ocupar o seu lugar e especula-se se o avançado Borgetti poderá voltar ao onze, embora se questione se estará com o ritmo necessário depois de ter falhado os dois últimos jogos da fase de grupos por lesão.
Do lado argentino Burdisso está lesionado e deve ser substituído no onze por Coloccini. No ataque Crespo e Saviola devem voltar à titularidade depois de terem sido poupados frente à Holanda, com Messi e Tevez a começarem o jogo no banco.
Como curiosidade note-se que Messi e Rafael Marquez são colegas no Barcelona e serão adversários nesta partida, tal como
Guillermo Franco e os argentinos Sorín e Riquelme, estes três casos com vínculos ao Villarreal.

+ Provável onze da Argentina: Abbondanzieri, Burdisso, Ayala, Heinze, Sorín, Maxi Rodiguez, Mascherano, Cambiasso, Riquelme, Saviola e Crespo
+ Provável onze do México: Sanchez; Salcido, Mendez, Osório, Piñeda, Rafael Marquez, Zinha, Pardo, Franco, Borgetti e Omar Bravo
+ Árbitro: Massimo Bussaca (Suíça)