Mundial2010: Brasil-Holanda dos "quartos" a cheirar a final

Brasil e Holanda abrem os quartos-de-final do Mundial da África do Sul num duelo que sabe a final. Da eterna candidata canarinha espera-se o gosto que ainda não se saboreou do "futebol-samba" que encanta, mas a "Laranja Mecânica" promete comprovar que está em grande forma.




«Mais um épico artístico», é o que vaticina o jornalista brasileiro Lédio Carmona a propósito do encontro, salientando que «nunca houve um jogo ruim entre Brasil e Holanda».

Mas o desempenho do "escrete" neste Mundial não tem encantado e o holandês Johan Cruyff veio dizer que «nunca pagaria» para ver um jogo do Brasil de Dunga. O ex-futebolista afiança que a canarinha tem «jogadores com muito talento, mas que jogam de uma forma muito defensiva e pouco interessante», considerando que «é uma vergonha para os adeptos e para o torneio», já que se trata da Selecção que «toda a gente quer ver».

Dunga escapa à polémica, mas lá vai dizendo que Cruyff «deve ter ingressos de graça da FIFA e por isso não vai comprar». O treinador do Brasil afiança que os «jogos da Copa do Mundo sempre valem a pena assistir, são um espectáculo». E é isso que se espera do jogo que começa às 15 horas de Portugal Continental.

A Holanda tem revelado estar em grande forma com Robben como estrela de proa, suscitando de alguns a análise de que constitui a Selecção mais brasileira da Europa neste momento. E o seleccionador Bert van Marwijk avisa que a sua equipa tem potencial para eliminar a canarinha. «O Brasil possui os melhores jogadores, mas já provamos que conseguimos vencer este tipo de adversário», constata o treinador holandês, notando que a formação laranja deve manter o seu «estilo de jogo» contrapondo a tendência do jogo "rebolado" ao ritmo sambista do "escrete" e «aplicar muita pressão sobre os brasileiros».

Este confronto entre Brasil e Holanda será o quarto jogo das duas Selecções num Mundial e o "tira-teimas", depois de cada uma ter ganho um jogo, verificando-se um empate no outro, nos duelos anteriores. No Alemanha 1974 a equipa holandesa com Johan Cruyff no onze ganhou por 2-0. Nos EUA 1994 foi o Brasil quem venceu (3-2) com Romário e Bebeto na equipa. No França 1998 houve um empate a 1-1 nas meias-finais e o Brasil acabou por ganhar nos penáltis. Um prenúncio para o jogo de logo?


Foto: FIFA