Crónica: Lusitânia Paixão

...antes de mais, quero deixar aqui exarados os parabéns ao meu amigo paulito pelo texto. Quase que te imagino a escrever isto enquanto vais batendo com o punho no coração, de dentes cerrados e com a lágrima ao canto do olho enquanto ouves um cd da Amália numa aparelhagem decorada com um napron de Arraiolos, pá. :) Contudo, e com muita pena minha, o meu estado de espírito não se coaduna com o que expõe o artigo. Talvez me esteja a enganar e tudo isso que descreveste surja com o apito do árbitro às 15 horas...mas não creio. Admito que há alguma expectativa (não ansiedade) para ver o que faz este grupo...mas não tenho qualquer tipo de problema em admitir que o rotundo falhanço não me irá fazer mossa, como fez em tantas outras vezes, onde nem jogávamos a este nível. Gostava muito de poder imiscuir-me nesse lote de contestatários, que mandaram atoardas durante a fase de qualificação, que mandaram atoardas com os seleccionados, que mandaram atoardas durante o estágio, que mandaram atoardas com os três jogos de preparação...e que chegada a hora, vestem a camisola, enrolam-se na bandeirinha e fazem das tripas coração quando soar o hino logo à tarde. Não me entendam mal. Não tenho nada, e respeito inclusive que o fez e quem o fará. Para todos os efeitos, isso faz parte da essência do ser português, essa eterna e inócua contestação, que se desvanece a partir do momento em que entra em jogo o país, seja em que área social for. É bonito de se ver. Talvez isso faça dessas pessoas mais portuguesas que eu...mas, e em minha defesa, só queria sentir que é Portugal que vai jogar às 15 horas. Queria perceber, naquele grupo, a metáfora de todo um país, como em tantas outras situações já presenciei. Não o país de brandos costumes, não o país do galo de Barcelos, do Cristo Rei, das tripas à moda do Porto, da sardinha assada e da morcela, dos Jerónimos e da Sé Velha...mas o país que sempre se soube relevar perante a adversidade, o país que sempre soube ser grande, sem deixar de ser pequeno e humilde. O país que nos deu Nuno Álvares Pereira, D. João I, Giraldo sem-Pavor, D. João II, Infante D. Henrique, Diogo de Arruda, Fr. Luis de Sousa, Camilo Castelo Branco, Almada Negreiros, Antero de Quental, Francisco de Holanda, André de Resende, José Relvas, Zeca Afonso, Mouzinho da Silveira, Pedro Hispano, Garcia da Orta, Eça de Queiroz, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral, D. Manuel I, D. João III, Amadeo de Souza Cardoso, Columbano Bordalo Pinheiro, Silva Porto, Santa Rita,...entre tantos outros...homens que sempre souberam fazer das fraquezas, forças; da humildade, grandeza; da vontade, glória. O que eu tinha a dizer,e fazer, pela selecção, já fiz. Agora está na hora de eles me provarem que estive sempre enganado...e que, no fundo, merecem ser inscritos num rol de figuras que simbolizam o que é a alma lusitana...a singularidade tuga... Boa sorte, Portugal...

Tudo dito. Se a equipa for mesmo isso... uma equipa! No real sentido da palavra, temos boas hipóteses de entrar no Mundial com o pé direito. Espero ver um Eduardo determinado, Espero ver um B. Alves batalhador, Espero ver um R. Carvalho a liderar (que belo seria vê-lo com a braçadeira no braço...), Espero ver um P. Ferreira proteccionista, Espero ver um F. Coentrão endiabrado, Espero ver um P. Mendes cerebral, Espero ver um Meireles calibrado, Espero ver um Deco mágico, Espero ver um Ronaldo explosivo (e solidário...), Espero ver um Simão exemplar, E espero ver um Liedson eficaz. Força Portugal!

É hoje que aqueles que tornámos em “Heróis do Mar”, entram pela primeira vez em acção, no Mundial 2010. Está na hora de mostrar ao Mundo, que uma Nação não se mede por superfície, taxa habitacional, ou até mesmo pelo seu PIB, pelo menos em termos desportivos. Nos dias de hoje, esta é a melhor maneira de meter novamente o nome de Portugal, nos historiais do Planeta. Mas que esta História seja de sucesso, para que o nome desta bela Nação, plantada à beira-mar, se volte a elevar, como nos áureos tempos dos Descobrimentos. Força PORTUGAL, força PORTUGUESES!!! PS – “Está chegado o momento do arrepio que sobe debaixo para cima, que alimenta a expectativa, que faz sofrer, que coloca o batimento nos píncaros da emoção...” Gostei imenso do teu texto, mas não pude deixar passar esta sem um pequeno sorriso; querias que subisse de cima para baixo?? ehehehe ;-) Fica bem e saudações Lusas caro compatriota!

..e o MUNDO pára!! ------------------Guerreiro------------------ Guerreiro----Guerreiro----Guerreiro---Guerreiro -------------------Guerreiro------------------- ---------Guerreiro-------------Guerreiro------- --Guerreiro--------------------------Guerreiro- -------------------Guerreiro-------------------