Euro 2008: Espanha elimina Itália nos penáltis e acaba com maldição

As duas equipas entraram em jogo sem surpresas nos onzes iniciais. A Espanha alinhava com as principais figuras,
depois das poupanças frente à Grécia na última jornada da Fase de Grupos. A Itália colocava Alberto Aquilani a
titular pela primeira vez no torneio devido ao castigo a Pirlo, enquanto Ambrosini assumia o lugar de Gattuso,
também suspenso.Na primeira parte foram poucas as ocasiões de golo com a disputa de bola a centrar-se no meio-campo. A partida fluía
equilibrada com duas equipas demasiado cautelosas, embora os espanhóis demonstrassem mais vontade ofensiva conforme
atestam os 10 remates contra apenas dois da squadra azzurra. Não estranhava por isso o 0-0 no marcador ao cabo de 45 minutos.Na segunda metade a toada prosseguia sem nenhum dos lados assumir as responsabilidades. Perante um jogo morno, soavam alguns assobios nas bancadas entre os gritos de apoio dos adeptos de uma e outra equipa.Aos 60 minutos gerava-se a confusão na área espanhola e Camoranesi, que tinha acabado de entrar para o lugar de Perrotta, quase fazia o golo. Casillas, na primeira vez que era chamado a empenhar-se, defendia por instinto com o pé esquerdo.
Com o cronómetro a avançar para os 90 minutos, animava-se a partida com um remate de Marcos Senna que quase deixava Buffon envergonhado. A bola escapava das mãos do guarda-redes italiano, mas batia no poste e voltava-lhe às mãos.O prolongamento surgia no horizonte e Aragonés tirava Torres do jogo que saía abanando a cabeça no desagrado. Guiza entrava para o seu lugar numa mera troca de avançados que demonstrava a aversão do treinador espanhol ao risco perante a fatal Itália.Era o terceiro jogo dos quartos-de-final a continuar para o prolongamento - só o Portugal-Alemanha (2-3) ficou decidido nos 90 minutos. E no tempo suplementar nada se alterava. Até o avançado Luca Toni continuava o seu "divórcio" com a bola e num desvio perfeito, de cabeça,
falhava o alvo, mantendo a "folha" sem golos neste Europeu.Já se viam as grandes penalidades e à memória dos espanhóis chegariam as lembranças terríveis do 22 de Junho, data em que nuestros hermanos foram afastados do Euro 1996 e dos Mundiais 1986 e 2002 e sempre nos penáltis. A equipa espanhola ainda desperdiçou uma ocasião para marcar aos 119 minutos, quando Santi Carzola optou por rematar em vez de cruzar a bola para David Villa que surgia sozinho em frente a Buffon.Seriam os guarda-redes a assumir o papel de protagonistas com o 0-0 ao cabo de 120 minutos de jogo corrido. Os holofotes concentravam-se em Casillas
e em Buffon, dois dos melhores do mundo nas redes. Na hora da verdade seria o espanhol a levar a melhor defendendo os remates de De Rossi e Di Natale. Buffon ainda travou Guiza, mas David Villa, Santi Cazorla, Marcos Senna e Cesc Fabregas acertaram no alvo. Do lado italiano apenas Grosso e Camaronesi conseguiram bater Casillas.Está assim ultrapassada a "maldição" que atormentava a Selecção espanhola que regressa às meias-finais de um grande torneio, onde não marcava presença desde 1984. Os
vizinhos ibéricos tem agora pela frente a Rússia no caminho para a final de Viena.+ Espanha: Casillas, Sérgio Ramos, Marchena, Puyol, Capdevilla, Marcos Senna, Xavi Hernandez (60´ Fabregas), Iniesta (59´ Santi Cazorla),
Silva, Villa e Torres (85´ Guiza)+ Itália: Buffon, Zambrotta, Panucci, Chiellini, Grosso, Aquilani (108´ Del Piero), De Rossi, Ambrosini, Perrotta (58´ Camoranesi),
Cassano (75´ Di Natale) e ToniFotos: LusaSusana Valente