Pimenta Machado começa a ser julgado no Tribunal de Guimarães

No primeiro dia de julgamento os dois acusados recusaram prestar quaisquer declarações na sala de audiências. O Tribunal de Guimarães ouve durante esta quinta-feira oito das 33 testemunhas arroladas pelo Ministério Público que tenta provar que Pimenta Machado cometeu quatro crimes de peculato e dois de falsificação de documentos.O ex-dirigente vitoriano é acusado de ter usado as suas contas pessoais e as de familiares, em Portugal e na Suíça, para desviar dinheiro do clube nas transferências de jogadores. Pimenta Machado ter-se-á apropriado indevidamente de quase 800 mil euros, dos quais a maior fatia respeitará à saída de Meira para o Benfica em 2000.João Vale e Azevedo - ex-presidente do BenficaÉ no âmbito da aquisição de Meira por parte das águias que Vale e Azevedo é também acusado, neste caso de um crime de peculato e de dois de falsificação de documentos, estando em causa documentos que serviram de suporte à transferência do actual defesa do Estugarda. À saída da sala de audiências o ex-presidente do Benfica afiançou à comunicação social que não percebe o que está a fazer neste julgamento. «Não entendo a lógica da acusação», salienta o ex-líder encarnado.Em silêncio saiu do Tribunal Pimenta Machado que terá desviado dos cofres do Vitória cerca de 450 mil euros da verba de venda de Meira. O antigo presidente vimaranense admitiu durante a Fase de Instrução que aquela quantia foi de facto para as suas contas pessoais, alegando que inventou uma comissão a um inexistente empresário para assim reaver o dinheiro de vários empréstimos que terá feito ao clube para as contratações de Preto, Evando e Rúben.O ex-dirigente do clube da Cidade-Berço terá ainda ficado indevidamente com 260 mil euros das vendas de Pedro Barbosa e de Pedro Martins ao Sporting e com 80 mil euros das aquisições de Riva e Alexandre.Fotos: LusaSusana Valente