Para onde caminhas, Belenenses?

O histórico Belenenses corre sérios riscos de descer à II Divisão B. O clube lisboeta está três pontos acima da linha de água e nas últimas três jornadas da Liga Orangina disputa dois jogos fora de casa.

Esta época tem sido um martírio, agravado com a crise financeira que parece não ter fim. Depois de dois anos em que foi “repescado” na secretaria, a época transata confirmou um cenário que já se adivinhava: o Belenenses sucumbiu ao segundo escalão do futebol português e parece difícil o regresso à elite.

A formação da Cruz de Cristo venceu um campeonato nacional (1945/1946) e é detentora de três Taças de Portugal (1941/1942; 1959/1960; 1988/1989), mas isso faz parte de um passado, cada vez mais, longínquo.

No inicio desta época o objetivo dos azuis era a subida de divisão, mas as constantes mudanças de treinador, a instabilidade diretiva e a grave crise financeira que o clube atravessa colocaram o histórico Belém a lutar pela permanência na Liga Orangina.

José Mota, atual técnico, sucedeu a Rui Gregório, que tinha sido o substituto de Baltemar Brito, que não esteve um mês à frente da equipa. João Almeida foi eleito para a presidência do Belenenses no mês de julho de 2010, mas em março deste ano pediu a demissão e o seu cargo foi ocupado por António Soares, que herdou dois meses de salário em atraso e o 13.º lugar na tabela classificativa.

As duas próximas jornadas tornam-se decisivas para os homens de Belém. Este domingo deslocam-se a Oliveira de Azeméis, para defrontar a Oliveirense, que luta pela subida. Na jornada seguinte viajam até à Póvoa, para jogarem com o Varzim, um adversário direto, já que os poveiros estão um ponto abaixo dos lisboetas. Na derradeira jornada os azuis recebem o Estoril, num jogo histórico que pode ser de festa, ou de profunda tristeza.

O futebol português habituou-se a ver o Belenenses entre os grandes - já foi mesmo o quarto grande de Portugal -, mas à semelhança de Boavista, Salgueiros e Farense, o conjunto que habita junto ao Rio Tejo parece estar afundar-se cada vez mais.

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