Apito Dourado: alegações finais adiadas em Gondomar

No Tribunal de Gondomar era dia das alegações finais no julgamento do "Apito Dourado", mas o procedimento foi adiado. A apresentação de diversos documentos por parte da defesa do árbitro Pedro Sanhudo levou o colectivo de juizes a solicitar tempo para avaliar as provas. A marcar a sessão estão ainda as declarações do árbitro António Eustáquio num indício de que alguns dos arguidos vão começar a quebrar o silêncio.



Até agora nenhum dos arguidos tinha prestado quaisquer declarações em Tribunal, mas depois dos castigos de suspensão impostos pela Federação Portuguesa de Futebol a vários dos árbitros implicados no processo, alguns deles deverão optar por falar em Tribunal, na defesa da sua honra. António Eustáquio é o primeiro a fazê-lo.

O árbitro da Associação de Futebol de Leiria, que é acusado de dois crimes de corrupção desportiva passiva, assumiu em Tribunal que dez dias antes do jogo Lousada-Gondomar, da época 2003/2004, o ex-presidente do clube gondomarense, José Luís Oliveira, que é também arguido no processo, lhe telefonou questionando-o se estaria «preparado» para dirigir o encontro. Eustáquio também falou na existência de «discussões» com o dirigente, garantindo contudo que José Luís Oliveira nunca lhe pediu para beneficiar o Gondomar.

José Luís Oliveira é acusado de 26 crimes de corrupção activa sob a forma de autoria e de 21 crimes de corrupção desportiva activa.

O colectivo de juízes presidido por António Carneiro da Silva ainda não definiu nova data para as alegações finais que devem acontecer na próxima semana.



Foto: Lusa