Vitória de Guimarães processa Jokanovic, Rui Alves e agente da PSP

O Vitória de Guimarães anuncia a ruptura institucional com o Nacional da Madeira no seguimento da confusão causada pelo treinador dos insulares após o jogo de domingo entre os dois emblemas. Os vimaranenses vão ainda processar Jokanovic, Rui Alves e o comandante das forças da PSP no Estádio da Choupana, Camacho Oliveira, que, segundo Manuel Cajuda, terá batido em «Radanovic pelas costas». De Guimarães segue também queixa para a Liga.



«Eu vi a cara do senhor agente, sei quem é o senhor que bateu no Radanovic pelas costas». As palavras são de Manuel Cajuda que apareceu em conferência de imprensa nesta segunda-feira a reagir à confusão instalada após o apito final do encontro da jornada 19 que os madeirenses ganharam por 1-0. O treinador diz que viu um agente da polícia a agredir o sérvio Radanovic, atleta do Guimarães. Sem falar em nomes, salienta que foi o mesmo agente que, no sábado à noite, dia em que o jogo foi interrompido devido ao nevoeiro, lhe disse que «se fosse com o Salazar, decidia como o Salazar e ganhava a equipa da casa». O agente em causa será Camacho Oliveira, o comandante das forças da PSP presentes no recinto.

O presidente do Vitória, Emílio Macedo da Silva, anuncia assim que o clube vai «participar criminalmente contra os responsáveis pelas agressões aos seus atletas e técnicos», estando em causa Camacho Oliveira e Jokanovic, treinador do Nacional, que é também acusado pelos vitorianos de agredir jogadores do emblema da Cidade-Berço. Para Tribunal segue ainda queixa contra Rui Alves, presidente do Nacional, por declarações proferidas por este.


O Comando Regional da Madeira da PSP desmentiu entretanto num comunicado que tenha havido quaisquer agressões, anunciando também que vai processar judicialmente o dirigente do Guimarães por difamação. A PSP reclama ainda que os seus agentes «em muito contribuíram para que as consequências não fossem mais nefastas e gravosas», salientando que no túnel de acesso aos balneários se verificou «uma contenda entre as duas equipas de futebol» e que os protagonistas se envolveram «física e verbalmente».

Uma versão que Manuel Cajuda contraria reparando que «não há pancada entre os jogadores» e que «há que realçar o comportamento brilhante dos atletas do Nacional e também do Guimarães».
O treinador vitoriano lamenta que foi «injuriado e ofendido» por Pedrag Jokanovic, treinador do Nacional, e confessa que estava «à espera de levar pancada». Jokanovic reclama que a sua reacção se justifica pelas «ameaças» que recebeu de Cajuda em Guimarães, mas o técnico dos minhotos desmente. «Juro por Deus, pelos meus filhos e pelos meus netos, nunca prometi pancada a quem quer que seja», aponta.

Além dos processos em Tribunal, a direcção vimaranense vai participar ainda o sucedido à Comissão Disciplinar da Liga de Clubes que na terça-feira deverá abrir um inquérito para apurar todas as circunstâncias do caso. Emílio Macedo da Silva revela também o corte de relações com o Nacional, salientando que durará «pelo menos» enquanto a sua direcção estiver em funções «ou até que estes senhores, que nada dignificam o futebol, abandonem esse clube e de preferência o futebol», salienta o dirigente.



Fotos: Lusa