A vergonha tem que acabar!

"....Os recentes incidentes no Estádio do Felgueiras, durante o encontro entre o Vitória de Guimarães eo Benfica, de que resultaram ferimentos num jogador vitoriano e num agenteda polícia, suscitaram uma onda de repúdio genérico, levando, inclusivamente, o ministro que tutela o Desporto em Portugal, José Luís Arnaut, a anunciar, numa entrevista em "A Bola", que o Governo ia "impulsionar um código ético de conduta" destinado aos dirigentes, em particular, mastambém a outros intervenientes no fenómeno. O curioso é que a medidaavançada pelo político acaba por ser inane, pois inúmeros são os códigos de ética associados ao Desporto já existentes. Ou seja, a questão não é tanto a da criação de um novo documento sobre o tema, mas o modo como os actuais se aplicam na prática...." "A Federação Portuguesa de Futebol vai ter de pagar, finalmente, 47 mil contos de indemnização (234.435 euros) à família de Rui Mendes, o adepto vitimado por um "very light" na final da Taça de Portugal de 1996, segundo decidiu o Supremo Tribunal de Justiça. A decisão agora tomada confirma a decisão do Tribunal da Relação, que foi conhecida em Fevereiro. Os 47 mil contos serão acrescidos de juros de mora desde 1996. Chega assim ao fim o processo do very-light, que opôs a viúva e os filhos de Rui Mendes leonino à FPF. O infeliz caso aconteceu no Benfica-Sporting de 18 de Maio de 1996, o dia em que a Taça se cobriu de vergonha. Mauro Airez marca para os «encarnados» aos oito minutos, festa nas bancadas, de repente é disparado um "very light". Na bancada 13, Rui Mendes, sportinguista que viera da Mealhada, cai fulminado. Viria a morrer, o jogo continua, o Benfica ganha e festeja. A polícia analisa imagens televisivas e fotos e identifica o autor dos disparos, que será levado a tribunal junto com vários elementos da claque NO NAME BOYS, que a partir daí adoptou uma postura completamente diferente da dos seus primeiros quatro anos de vida. Condenado a quatro anos de prisão por homicídio por negligência grosseira, pena inferior à que era pedida pelo Ministério Público, Hugo Inácio viria a fugir da prisão, e é pena que ainda seja lembrado com orgulho por alguns, quando deveria ter sido incluído naquele passado do qual os NN não se orgulham... Já muito se disse e falou sobre o caso do "very light", que continuo a considerar como um bom exemplo de como a irresponsabilidade de uma pessoa pode ter consequências trágicas. Todavia, ainda mais vergonhosa, por ser pensada e parte de uma estratégia, foi a recusa da FPF em pagar a indemnização que foi sendo decretada pelas sucessivas sentenças, arrastando o caso até ao Supremo, e obrigando a família a um sofrimento de oito anos. Simplesmente vergonhoso." realmente era irradia-los.