Super(?!)Liga |
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01 de Maio de 2003, às 13:09 |
cardoso nota que "algumas medidas poderiam ser tomadas sem grandes custos:
- o figurino da Taça de Portugal deve ser remodelado. Se as eliminatórias fossem jogadas a duas mãos, além de favorecermos a verdade desportiva, os clubes “pequenos” teriam um fonte de receita considerável.
- a Liga de Clubes não tem conseguido resolver os principais problemas do futebol português. Não seria tempo de os restantes clubes promoverem uma organização que realmente defenda os seus direitos e os una no propósito de diminuir o fosso que os separa dos “grandes?
Se fossem postas em prática medidas drásticas, como urge fazer, para quem não cumpre com as suas obrigações, estou certo que o fosso entre “grandes” e “pequenos” diminuiria consideravelmente. Ou não é verdade que são os grandes” os mais devedores?"
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Pois...
Enviado por ParaMilitar a 01 de Maio de 2003, às 22:49.Fosso muito fundo!
Enviado por Miguel Heleno a 01 de Maio de 2003, às 18:23.Cumprimentos
Caro Cardoso...
Enviado por Paulo Verde a 01 de Maio de 2003, às 14:33.Gostaria, por um lado, de analisar a forma como expões o tema, e, por outro, tecer algumas considerações...
"a Superliga está aplanada por baixo. Os optimistas dizem que há mais competitividade, que a luta pelo título já não se restringe aos 3 ditos grandes... Na verdade os 3 clubes de maior dimensão continuam a estar a anos-luz da generalidade dos emblemas. Basta ver os orçamentos anuais e a capacidade para suportar défices gigantescos! Se queremos melhorar a Superliga temos que encontrar formas de promover os clubes ditos pequenos."
Ora bem, só há duas maneiras de aumentar a competitividade da nossa liga : ou os maiores descem uns degraus, ou os mais pequenos sobem...se se verificasse a primeira solução, aí sim, a Superliga ficaria aplanada por baixo, se se verificasse a segunda, ficaria aplanada por cima...
Bom, como se poderia resolver isto? Dificil, muito dificil...a questão da dimensão, e da capacidade competitiva, é um ciclo vicioso...quanto melhores os resultados, maiores as audiencias, mais publico no estádio, mais receitas publicitárias, mais...mais...mais...no entanto, e vidé o caso sporting este ano, com maus resultados...ninguem vai ao estádio, ninguem compra merchandising...enfim...perde-se "poder de compra" para manter ou reforçar a competitividade da equipa...
Quando referes que "algumas medidas poderiam ser tomadas sem grandes custos:
- o figurino da Taça de Portugal deve ser remodelado. Se as eliminatórias fossem jogadas a duas mãos, além de favorecermos a verdade desportiva, os clubes “pequenos” teriam um fonte de receita considerável."
Que verdade desportiva seria essa? O desaparecimento de "tomba-gigantes pois haveria a possibilidade de um grande recuperar na 2ª mão?...pois! E mais...se muito já se reclama da sobrecarga de jogos, se a Taça tivesse 2 mãos, seria mais um factor de reclamações...quanto ás receitas...poderia ser...mas até me parece que as receitas dos jogos da Taça são repartidas pelos 2 clubes, não são de quem joga em casa...
"- a Liga de Clubes não tem conseguido resolver os principais problemas do futebol português. Não seria tempo de os restantes clubes promoverem uma organização que realmente defenda os seus direitos e os una no propósito de diminuir o fosso que os separa dos “grandes?
Se fossem postas em prática medidas drásticas, como urge fazer, para quem não cumpre com as suas obrigações, estou certo que o fosso entre “grandes” e “pequenos” diminuiria consideravelmente. Ou não é verdade que são os grandes” os mais devedores?"
Esta última questão é a mais delicada...mas olha lá...se se penalizassem os grandes, então o nivel geral baixaria ainda mais...ou não?
Já aqui há uns tempos escrevi sobre um tema parecido com este...parece-me que o caminho é apostar numa politica realista, em termos de custos e receitas por parte dos clubes, nesta fase apostar nos escalões de formação, no sentido de poder encaixar uma "venda" por ano, mas se possivel produzir mais talentos, por forma a ir reforçando a equipa com "prata da casa", e ano após ano ir tornando o clube consistente no sentido de haver um crescimento sustentado...
Atente-se nos exemplos de boavista e leiria, que são casos concretos de orçamentos muito mais baixos do que os 3 "grandes", com bons resultados do ponto de vista desportivo, todos os anos ssão "vendedores", e mais importante : as SAD's são lucrativas (pelo menos a do leiria é, a do boavista não estou certo, mas penso que sim-fanta, confirma)...
Saudações...
Esta Liga será Super? Penso que não...
Enviado por helder postiga a 01 de Maio de 2003, às 14:10.Tu dizes que o titulo já não se restringe aos 3 grandes"
Infelizmente estou de acordo mas por razões diferentes...é que esta época a luta pelo titulo foi restringida apenas ao F.C.Porto.
Se reparares o Porto esta época conseguiu ganhar o titulo quando ainda faltavam perto de 6 meses para acabar o campeonato, o que não faz desta liga, uma liga super antes pelo contrário.
No entanto, tanto o Porto como o Boavista fizeram uma prova extraordinária na Taça Uefa, o que pode ser um grande sinal de melhorias do nosso campeonato, pois não é todos os países que levam uma equipa que está a ter dificuldades para não descer de divisão a uma meia final da uma Taça Europeia, e que no mesmo ano leva outra à final.
Caso o Boavista fosse uma equipa italiana, espanhola ou inglesa, de certeza que iriamos pensar que a ida às meias finais tinha acontecido porque os campeonatos desses países são muito competitivos, mas como a equipa até é portuguêsa provavelmente já dizemos que foi uma casualidade e que os resultados do Boavista e do Porto não são o espelho da nossa liga.
Conclusão: Ainda não sei se esta liga é mesmo Super, pois se temos o caso do Boavista e do Porto na Taça Uefa que mostraram ser equipas competitivas, também temos o caso do Porto a nivel interno que ganhou com enormes facilidades o campeonato, e ainda pode ganhar a Taça de Portugal, o que mostra que as outras equipas não estarão ao mesmo nivel.
Quanto às eliminatórias da taça de Portugal "serem jogadas a duas mãos..."
Dizes que dessa maneira haveria mais verdade desportiva...concordo, mas já viste que dessa maneira provavelmente não voltariamos a ver um Torrense ganhar ao Porto, um Gondomar ganhar ao Benfica ou uma Naval ganhar ao Sporting, pois caso os grandes perdessem o primeiro jogo, no segundo já não seriam apanhados desprevenidos.
A Taça de Portugal é bonita quando se vêem equipas do escalão mais baixo na final como aconteceu na época passada com o Leixões, ou quando se vê como esta época a U.Leiria, que é uma equipa do meio da tabela.
Mas estou de acordo quando dizes que algo deve mudar com urgência pois o figurino actual com as televisões completamente desinteressadas deixa muito a desejar. Mas neste caso das televisões teriamos que mudar algo mais do que a Taça de Portugal...teriamos que mudar as próprias televisões.
Um abraço
A questão é mais complexa
Enviado por endhoscopy a 01 de Maio de 2003, às 13:41.Contudo, não estou inteiramente de acordo com a linha de resolução apresentada. O problema do futebol em Portugal é o divórcio existente entre o público e os clubes.
O futebol cresceu ao longo das décadas através duma empatia entre o povo e os clubes. Empatia expressa através dos estádios plenos de alegria e de vivacidade, do convívio que estimulava entre as pessoas (tomando, muitas vezes, a dimensão de convívio familiar). Em suma, o futebol oferecia um divertimento ao qual o pública aderia satisfeito.
O que se denota, hoje em dia, é o autismo dos dirigentes face a essa dinâmica. O Porto não é Pinto da Costa nem Mourinho, o Sporting não é Dias da Cunha nem Jardel, o Benfica não é Vilarinho Simão ou LFV. Estes clubes são os milhões de pessoas que os tornam vivos, úteis. E esses milhões têm sido muito, muito, maltratados ultimamente.
Urge promover esse reaproximação entre o "povo" e o futebol. Não numa relação de dependência, de vício, de interesses económico-financeiros. Mas numa perspectiva vivificante, que renove os clubes com a presença e o ardor dos seus adeptos. A viabilidade dos clubes passa forçosamente por aí.
Infelizmente, o futebol, em termos genéricos, entrou numa fase de descrédito. Não se sente seriedade nem nos dirigentes nem nas estruturas que regem o desporto. Isso afasta o público, torna-o indiferente e desconfiado. É essa base de confiança que deve ser urgentemente recuperada.
Sob pena que, em poucos anos, o futebol português se tenha transformado numa miragem. Mas essa é uma tarefa que abrange todos os agentes envolvidos, uma responsabilidade que todos devem abraçar convictamente. E deve haver a coragem de afastar quem se aproveita do desporto em benefício próprio, sangrando escrupulosamnet os recursos acumulados ao longo de épocas.
Super Liga
Enviado por PauloFerreira a 01 de Maio de 2003, às 13:32.Errata
Enviado por PauloFerreira a 01 de Maio de 2003, às 13:36.