Rui Alves não será candidato à presidência da LigaCom muitas críticas a Carlos Deus Pereira, madeirense explica a sua decisão. |
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16 de Outubro de 2014, às 17:49 |
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Rui Alves apresentou a sua candidatura à presidência da Liga Portugal em junho mas, quatro meses depois, na repetição do ato eleitoral não será candidato.
Com muitas críticas a Carlos Deus Pereira, presidente da assembleia geral da entidade, em comunicado o madeirense acusa Pereira de apresentar um comportamento "ilegal, injusto e instrumental".
Rui Alves lamenta o facto de não avançar com as suas ideias de mudança para o futebol português, centrando-se na alteração que queria impor na distribuição dos fundos do futebol profissional.
Recorde-se que as eleições estão marcadas para o dia 27 de outubro.
Comunicado de Rui Alves:
"Como é sabido apresentei, em 6 de Junho de 2014, a minha candidatura a Presidente da Liga Portuguesa de Futebol.
A apresentação da candidatura a Presidente da Liga foi um acto voluntário e querido mas representava o desejo de, conjuntamente com os associados da Liga concretizar uma profunda alteração no futebol profissional português de molde a torna-lo mais igualitário e logo, com campeonatos mais competitivos.
O projecto que defendia e defendo é simples, facilmente explicável e por todos entendível.
Se olharmos para o mapa da distribuição dos fundos do futebol profissional ver-se-á que o dinheiro distribuído ao primeiro classificado da Liga representa 14 vezes o montante de dinheiro distribuído ao último classificado.
Não é preciso muito tempo para se verificar que onde a nossa percentagem é de 1 para 14 os ingleses têm uma proporcionalidade de 1 para 1,6; os alemães de 1 para 3 e os franceses de 1 para 4.
Entendia e entendo que esta divisão é injusta e condiciona a igualdade de oportunidades na competição favorecendo os mais ricos em detrimento dos mais pobres.
Esta distribuição de verbas implica a manutenção de um status quo em que aos grandes se criam facilidades para assim se manterem e aos pequenos se criam dificuldades para o não deixarem de ser.
Não tinha dúvidas que a clareza do meu projecto, associado à leitura que as pessoas têm da minha personalidade - antes quebrar que torcer - a que se adiciona a vontade férrea de concretizar o prometido, não tinha dúvidas, dizia, que o meu projecto iria ser combatido.
Sempre entendi o confronto de ideias e a oposição de soluções como um momento alto do jogo democrático e o momento exaltante para a explicação dos objectivos.
Estava preparado para discutir, até ao mais ínfimo pormenor, a organização do futebol profissional português.
Hoje, tenho que reconhecer, que quando me candidatei não tinha previsto explicar aos juristas da Mesa da Assembleia Geral da Liga as regras interpretativas de documentos jurídicos e de pactos sociais, nem a distinção entre inelegibilidade e incompatibilidade.
Contudo, porque estava convencido que as absurdas posições jurídicas do Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral derivavam somente de desconhecimento tive o cuidado de, com paciência e pedagogicamente, lhe ensinar os distinguos jurídicos que ele não tivera tempo, ou oportunidade, de estudar nos bancos da faculdade.
Todavia pensava eu, que depois de ter sido necessário recorrer à execução do douto Acórdão do Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol desnecessárias se tornariam mais discussões jurídicas. Mas não.
Depois de ter deixado claro que não sabia como interpretar estatutos, nem a diferença entre inelegibilidades e incompatibilidades o Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral vem agora, no doutíssimo comunicado oficial que assina e que deu à estampa sob o nº 105, demonstrar que desconhece o que é que uma declaração recepticia e a unidade do acto eleitoral.
Penso, modestamente penso, que é desconhecimento a mais e que o comportamento jurídico do Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Liga Portuguesa de Futebol nada mais é do que um comportamento ilegal, injusto e instrumental para que no âmbito das eleições que estavam convocadas se não pudesse ver sufragada a minha tese quanto à distribuição de dinheiros no futebol profissional.
O Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral terá, desta vez, que ficar na ignorância jurídica em que o seu douto despacho jurídico se move.
Para tudo há limites, pelo que não estando disponível para continuar a desmascarar este comportamento anuncio que retiro a minha candidatura a Presidente da Liga Portuguesa de Futebol.
É um dia feliz para aqueles que querem a manutenção do status quo e que querem manter as diferenças, as injustiças e as cumplicidades que têm grassado no futebol português. É um dia triste para aqueles que esperavam que a divisão dos dinheiros do futebol profissional português podia ser realizada de forma mais justa e de molde a tornar mais competitivo o nosso campeonato".
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