Presidente da Câmara admitiu «fazer contactos» para ajudar Vitória Setúbal

A presidente da câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, escusou-se quarta-feira a prestar esclarecimentos públicos sobre o Vitória de Setúbal, admitindo apenas que poderá ajudar a «estabelecer alguns contactos» para desbloquear a crise directiva e financeira.



«Enquanto accionista fui convidada para uma reunião (com accionistas e diversas personalidades vitorianas) para fazer um ponto da situação interna do Vitória e em que é que a Câmara Municipal de Setúbal poderá vir ajudar», disse Maria das Dores Meira. A autarca setubalense, que falou numa sessão pública de câmara, assegurou no entanto, que a colaboração do município não compromete a autarquia no que quer que seja, uma vez que se disponibilizou apenas para «fazer alguns contactos».

Maria das Dores Meira respondeu às questões colocadas pelos vereadores da oposição, PSD e PS, que pretendiam saber pormenores da reunião efectuada quarta-feira de manhã no estádio do Bonfim. O vereador social-democrata Paulo Calado mostrou-se particularmente preocupado com a penhora dos terrenos do estádio do Bonfim, lembrando que se trata de «um dos poucos activos que ainda estão na posse do Vitória de Setúbal».

«Eu também me dei ao trabalho (...) de pedir uma informação na conservatória de Registo Predial de Setúbal e tomei conhecimento de que, tal como foi noticiado, há, de facto, uma penhora registada a título definitivo, no lote 8 dos terrenos do Bonfim, onde se encontra o estádio de futebol», disse Paulo Calado. Os terrenos do estádio do Bonfim foram penhorados a favor de António Casaca, para garantia de pagamento de uma dívida de 520 mil euros, relativa a uma livrança de 1992.

Não obstante a autarquia ter apenas oito por cento do capital da Sociedade Anónima Desportiva do Vitória de Setúbal, os responsáveis do clube acreditam que poderá desempenhar um papel muito importante para o futuro do clube. A aprovação do Plano de Pormenor do Bonfim, que deverá contemplar uma zona habitacional e outra de serviços e comércio, é um dos aspectos em que a autarquia poderá ter um papel decisivo para o futuro do Vitória de Setúbal.

O referido Plano de Pormenor, que abrange o estádio do Bonfim e zona envolvente, e que ainda não foi elaborado, só deverá ser posto em prática depois de construído o novo estádio, de forma a que o Vitória de Setúbal possa ceder o direito de superfície daquele espaço, já sob contrato com a empresa Pluripar.


Lusa