Paços-FC Porto: Até Janeiro sem derrotas... ou não

Duas semanas e dois jogos – leia-se vitórias – depois, o FC Porto regressa à Liga Zon Sagres a alguns quilómetros do Dragão. À 14ª jornada, o Paços de Ferreira recebe o líder, confiante de que os 35 jogos sem perder dos azuis-e-brancos não vão ter continuidade na Mata Real.

O campo é tradicionalmente difícil, mas André Villas-Boas há muito deixou o recado para o último desafio de 2010: o ano é para acabar sem derrotas. E, visto que o rival Benfica jogou um dia antes, os três pontos vêm mesmo a calhar para o dragão.

O encontro não está isento de algumas picardias prévias. O presidente pacence, Carlos Barbosa, fez passar uma mensagem optimista para os castores. Com um recorde de invencibilidade – anterior pertença de José Mourinho - recentemente batido, os dragões “não têm mais recordes” para almejar. E, com isso, o “Paços tem tudo a ganhar” e será o responsável pela primeira derrota da equipa de André Villas-Boas.

O treinador portista não se fez rogado e a resposta não tardou. A motivação e a agressividade do líder vão estar “nos píncaros” na Mata Real.

Baixas do costume e o regresso de James ao lugar habitual

Depois de dois jogos de baixa intensidade competitiva – o jogo da Taça, frente ao Juventude de Évora, era de grau de dificuldade mínimo e na Liga Europa não havia mais nada a decidir -, ainda não vai ser desta que Villas-Boas tem a equipa na máxima força. Continuam a faltar os indiscutíveis Fernando e Varela, e ainda Beto e Cristian Rodriguez, lesionados.

Pelo meio, duas boas notícias: Álvaro Pereira regressa para o campeonato dois jogos depois e o outro Rodriguez, James, mostrou-se finalmente como uma alternativa credível a Varela. No entanto, frente ao Paços, o colombiano deve regressar ao banco, dando o lugar a um Rúben Micael em boa forma.

O próprio treinador lançou a hipótese de reforçar o miolo; resta saber se repete a fórmula usada contra o CSKA Sófia, em que alinhou a equipa em 4x4x2, ou se coloca o madeirense na ala esquerda, posição que não é de todo desconhecida ao 28 do FC Porto.

Quem sai por certo do onze é Souza, autor de uma exibição pobre na quarta-feira, entrando Guarín.

A ganhar terreno parece estar também Otamendi. O central foi titular nos últimos dois jogos e tem boas hipóteses de o voltar a ser. Maicon tem acumulado erros e pode estar a perder o terreno que conquistou com um bom arranque de época.

Na direita, outra dúvida. Em jogos fora, o eleito tem sido Sapunaru e a rotatividade exercida por Villas-Boas favorece o lateral romeno. Mas Fucile terá feito, frente ao CSKA, o melhor jogo da época.

Semana cheia de emoções termina com deslocação difícil

Com direito a jantar de Natal pelo meio, esta foi uma semana cheia no FC Porto. Primeiro houve Taça, depois Liga Europa. Mais duas vitórias. Soube-se ainda do regresso a Sevilha, cidade da épica conquista da Taça UEFA, em 2003. Nada que desvie o líder da Liga do objectivo.

O treinador garante “concentração total” para a Mata Real.

Helton não vai ter direito a folga

Ora, do outro lado, está uma equipa com menos 20 pontos e com apenas três vitórias, e que não ganha aos dragões desde 2003. Cássio, o guardião das redes pacences, diz que o FC Porto “não é líder por acaso” mas não está “imune a pontos fracos”. E deixa um recado ao seu homólogo portista: o jogo não vai ser inclinado.

“Espero muito trabalho, mas o Helton também terá”, avisa, lembrando que a Mata Real é “um campo difícil”. Jesualdo Ferreira que o diga. Na época passada saiu dali com um empate.