Números preocupantes.

As coisas não estão famosas em portugal, como toda a gente sabe há muito tempo.

Os dirigentes desportivos em Portugal são para mim a causa disto. Nem mais nem menos. Viver acima das possibilidades é aliás um dos lemas destes dirigentes. Não há o minimo de rigor nem de transparênica.

Mas o que é facto é que as entidades desportivas (LPFP e FPF) em Portugal assistem a este descalabro de brazos cruzados, não reagindo tomando medidas rigidas.

Neste momento, uma das poucas soluçoes que pode haver é apostar na formação. A maioria dos clubes não o faz porque entende nao ter estabilidade para apostar numa equipa com 16 ou 17 jogadores formados na casa. Mas se não o fizerem seguirão o mesmo caminho de Salgueiros, Farense e outros.

A Liga deveria, na minha opinião, estabelecer uma regra, na qual todos os clubes tivessem que promover pelo menos 3 ou 4 jogadores da sua formação por ano. Porque em Portugal, apesar dos excelentes resultados das seleccoes jovens, a formação ainda nao se faz correctamente.

Realço no entanto clubes que devem servir de exemplo. O Sporting, que sabe tirar partido das suas excelentes escolas (pena que depois vendam os jogadores sem esperar pela altura certa). O Alverca, que a tempo (ou não), percebeu que tendo sido campeão de juniores há 2 épocas tinha que ter um plantel formado por uma maioria de jogadores da casa. O Feirense, que investiu 5 ou 6 milhoes de euros num centro de estágio com excelentes condiçoes para os jovens jogadores.
E já agora o Benfica, que criou uma rede de observadores por todo o país, e uma rede de escolas que permite que os jovens jogadores possam permanecer junto dos seus pais até atingirem uma idade de maior maturidade.

Parece que os projectos desportivos em Portugal estão em "maus lençóis". No que diz respeito aos "bolsos" dos clubes, acho que é bastante difícil para as equipas mais pequenas manterem o ritmo dos grandes. Nas competições não profissionais faltam os apoios e os patrocínios. Em relação aos atletas, considero que tanto em Portugal como no estrangeiro, na maioria das modalidades que dão lucro aos clubes (as das "massas", claro), significam apenas cifrões (ou euros, se preferirem). Ou seja, pouco importa a pessoa, o que interessa é que atinja os objectivos do clube e renda receitas. Os passes dos jogadores e os dividendos que estes lucram com as transferências é exemplo disto. Há o clube, depois o empresário, entretanto a selecção nacional e mais uns quantos intermediários.