Mau público português?

Sou conhecido por muitos, aqui no Relvado.com, pela minha campanha "Greve ao Futebol" (principalmente no início desta época... embora já antes antes ela tenha existido)!

Dos vários motivos que apontei, (o preço dos bilhetes, a falta de condições dos estádios, a má qualidade do futebol - tenho o azar de estar muito longe das Antas, eu sei!) um deles estava ligado ao "nível médio (?) do espectador português".
Ou seja: não tenho "coragem" de ir a um jogo de futebol, sozinho ou com a minha esposa, equipado de uma bandeira e/ou de um cachecol verde e branco... porque tenho "medo" de ser mimoseado com insultos... ou de parar na estação de serviço errada... enfim, tenho "medo" de "levar na penca"... se tiver o azar de me cruzar com um "bêbado_amante_da_porrada", que escolhe os campos de futebol para se "exprimir"... e que "não vá com a minha cara"! E que ache que ela está a precisar de uns "retoques"! :o)

Eu sei que isso também pode acontecer na Inglaterra, na Holanda, na Bélgica... mas eu moro cá! E cá... sei que isso acontece demasiadas vezes!

É evidente que não estou a dizer que todos os portugueses que vão ao futebol são arruaceiros (graças a Deus!)... mas a verdade é que a pequena minoria que o é tem o condão de me afastar dos relvados!

Lembro-me de, há uns anos, ter ido assistir a um jogo da Desportiva da Guarda. Mal as equipas entraram, juntamente com a equipa de arbitragem, um indíviduo que estava perto de mim, começou a "gritar como um capado":
- "Oh meu c*****, meu grandessíssimo f**** da p***, seu c****"...

Referia-se ao árbitro, claro!

Alguns espectadores riram, outros abanaram a cabeça... e alguém disse: " - - Ó chefe, tenha lá calma! O homem ainda não fez nada!"
- "Pois não" - respondeu o exaltado - "mas o f**** da p*** tem de ficar já em sentido"!

Quem nunca assitiu a uma cena destas (ou semelhante)?

Lembro-me de ter ficado desiludido, a perguntar-me se valia a pena expôr-me e expôr um filho a situações destas...

(Ainda não perdi a esperança de ir este ano ver jogar a Briosa... mas ainda tenho de "estudar" bem o assunto. Mas eu sei que a maioria "se porta bem"!)

Saudações leoninas... e tenham lá calma quando forem ao futebol! :o)

Em primeiro lugar, não tenhamos ilusões, o futebol vive-se apaixonadamente por todo o mundo. Essa paixão redunda ,nalgumas situações, em excessos. Em Portugal, a questão situa-se, sobretudo, a um nível quase pedagógico. Pois o árbitro não é um agente suficientemente respeitado.
      Poderemos considerar que, nesta equação, o árbitro está, inúmeras vezes, completamente desprotegido. No entanto, a estrutura arbitral não está isenta de dúvidas. Aliás, essa falta de transparência é também factor de desconfiança.
    Aconselha-se, por isso, uma maior clareza na postura dos árbitros e dos agentes responsáveis pela sua formação. Para que possam surgir perante o público como garantes da verdade no terreno de jogo. Situação que nem sempre acontece neste momento.
      E nesse contexto ainda estamos longe da realidade doutros países mais evoluídos nesta sensibilidade. Porva cabal desse facto são as excelentes performances que os nossos árbitros alcançam exteriormente e que, de forma incompreensível, não conseguem continuar domesticamente.
      A razão?
      O critério seguido no estrangeiro é inequívoco, suportado pela evidênciadas leis. Cá, essa premissa não é seguida. Umas vezes por pressão do público, outras por motivos que me ultrapassam enquanto espectdor e preciador de futebol...

Do tema "público" dever-se-á distinguir entre quem pertence às claques organizadas e quem não pertence.

Das claques, penso que não deveremos falar aqui, porque senão entramos já num topico diferente muito rapidamente. Aliás ainda há pouco tempo se discutiu essa questão e penso que foi relativamente pacífico que as nossas claques não são das melhores nem das piores.

Do público dito normal nao faço uma ideia muito precisa porque não vou ao estrangeiro assistir a jogos. Só sei o que vejo na televisão. Não me parece, pelo pouco que conheço, que o nosso público seja assim tão diferente.

Em Espanha por exemplo, como há mais publico nos estádios, o coro de protestos é maior (de forma bem audível).
Se isso tem a ver com o facto de serem mais, ou de serem mais ruídosos (a nível de gritos e assobios, etc)...

O que eu sei é que não é um fenómeno exclusivo do futebol. Eu se fui ver 3 jogos de hóquei do FC Porto foi muito e francamente não tenho vontade de ir a mais nenhum...

* PLO *

PS: Conheces (nem que seja de o ouvir) aquele tipo que está sempre com um tambor nas antas?...não o queiras conhecer pessoalmente :)))

Não é verdade que assobiamos mais o arbitro do que apoiamos a nossa equipa, ora vejamos:

1º-também tentamos atingir os jogadores da outra equipa;

2º-tentamos cascar mais na claque da outra equipa;

3º- quando vamos ao estádios dos outros tentamos partir mais vidros e carros;

4º-tentamos destruir mais estações de serviço que os outros;

Tudo isto prova que esse senhor não conhece o mundo do nosso futebol...

Saudações

Se fosse somente assobiar o árbitro que se vê ao assistir a um jogo em Portugal estavamos todos contentes. Penso que ao árbitro somente não se chama Santo pois o resto vale tudo. Olhamos para um lado e está a claque x com os seus gritos de guerra medonhos e sem piada nenhuma a incentivar a violência. Olhamos para o outro lado e está a claque y a chamar todos os nomes possíveis e imaginários aos adversários e com cânticos perfeitamente descenecessários contra a outra claque ou então contra um clube que nem sequer está a jogar.

De vez em quando lá surge uma jogada que algum deles vê pois estão sempre de costas para o jogo a gritar, fazer barulho, saltar em cima das cadeiras, aos murros uns aos outros ou a fumar as suas típicas ganzas. É engraçado ver sempre o cordão polícial à volta deles ou então eles izolados no meio de uma bancada, sozinhos como o cão.

É por estas e muitas outras razões que é triste ir ao futebol, tristeza a dobrar pois se olharmos à qualidade dos encontros praticados e juntarmos a alegria das claques temos a noite ganha.
Mas estou convicto que isto um dia vai mudar e que posso tornar a ir aos estádios em Portugal sem medo e sem problemas para quem esteja comigo.