"Levezinho" já deixa saudades em Alvalade

Quando chegou a Alvalade, olharam-no com desconfiança. A estatura física de Liedson da Silva Muniz não deixava antever que ali haveria jogador. Na memória dos adeptos do Sporting estavam bem vivas referências ofensivas como Jardel e Beto Acosta – que de franzinos não tinham nada. Hoje, quando entrar em campo para aquele que será, ou não, o seu último jogo com o símbolo do leão ao peito, Liedson despede-se com a sensação de dever cumprido.

As dúvidas iniciais rapidamente se transformaram em satisfação. Lançado às feras a 3 de Setembro de 2003 – estreou-se em pleno estádio das Antas contra o FC Porto – logo ali se viu que Liedson iria ser muito útil aos leões. Os números dessa primeira época encarregaram-se de o confirmar: 18 golos em 36 jogos, com a primeira vítima a ser o Malmö, da Suécia, para a Taça UEFA. Começava a fase de “Liedson resolve” e já ninguém questionava as suas aptidões físicas.

Em sete épocas e meia, o avançado que chegou brasileiro e sai português marcou 168 golos em 312 jogos, uma média superior a um tento por cada dois jogos, conquistando um lugar de ouro na história do clube. Faltou-lhe um título de campeão nacional, que mais do que ninguém fez por merecer. Na bagagem leva dois troféus de melhor marcador, que lhe saberão certamente a pouco, e duas Taças de Portugal e uma Supertaça. Magro pecúlio para tanta produtividade.

* com Lusa