Jorge Jesus: "Penálti sobre o Bruno até um cego vê"

Declarações proferidas no final do jogo Paços de Ferreira-Benfica, no Estádio da Mata Real, referente à 22.ª jornada da Liga de futebol e que terminou com a vitória dos "encarnados" por 2-1.

Henrique Calisto (treinador do Paços de Ferreira): "Como se costuma dizer, quem não mata morre. Podíamos ter feito o 2-0, mas tivemos ineficácia na concretização e o Benfica matou o jogo.

Fizemos um bom jogo, mas o Paços de Ferreira falhou na concretização. O Benfica fez o segundo golo de livre o que acontece às vezes, outras não. Entrámos bem, confiantes, com boa circulação de bola e com hipóteses de marcar. Depois do 1-1 a equipa perdeu confiança, retraiu-se a sair para o contra-ataque e sofreu o 2-1 num livre. Parabéns aos meus jogadores, que tiveram uma boa atitude e demonstraram formar uma equipa com caráter.

Penso que não houve critério na amostragem dos cartões. Foi muito dúbio, o vermelho do Ricardo não existe. De bocas não foi de certeza absoluta, porque eu estava perto. Quem expulsa o nosso jogador não é o arbitro é o fiscal de linha.

Nós também tivemos uma quota-parte de responsabilidade, pois se fossemos mais eficazes o resultado teria sido outro. Em futebol há oportunidades de golo que se marcam e outras não. Os meus jogadores foram inexcedíveis e vamos encarar o final do campeonato com muito querer, determinação e a dar luta até ao fim".

Jorge Jesus (treinador do Benfica): "Foi uma vitória difícil. Normalmente todas as equipas sentem problemas a seguir aos jogos europeus, que deixam sempre marcas. Não entrámos bem no jogo, perdíamos sempre as segundas bolas e as bolas divididas. O Paços de Ferreira montou uma estratégia que nos surpreendeu no contragolpe.

Na primeira parte, para além de só termos tido uma oportunidade de golo tivemos uma grande penalidade que não foi marcada na jogada do Bruno César. Se aquilo não é grande penalidade, não sei o que é. Na segunda parte, só havia um caminho a seguir, que era o de mudar o resultado. As modificações trouxeram mais velocidade. Fizemos um excelente golo numa jogada com os dois jogadores que entraram e o segundo golo nasceu de uma grande execução do [Bruno] César.

O Paços de Ferreira passou a sentir mais dificuldades, até porque teve jogadores com amarelo e depois com o vermelho. Os jogadores do Benfica fizeram uma segunda parte com muita coragem, embora não com muita qualidade.

O objetivo foi atingido. Vencemos num campo difícil, mas sabíamos que o tínhamos de fazer para manter a distância e, após o empate do FC Porto, reduzir.

A grande penalidade sobre o Bruno Cesar, por amor de Deus, qualquer pessoa vê, até um cego vê! Não entendo como é que o fiscal de linha não conseguiu ver. Não vejo isto como perseguição ou premeditado, mas coincidência, pois, como digo aos jogadores que falham golos, quando falham muito é porque não sabem mais. Este grupo é muito unido, o melhor que tenho nos três anos que estou no Benfica".