FC Porto 3-0 Nacional: Carrasco? Carrasco é o Hulk!

A crítica ao FC Porto tem ido no sentido de uma menor eficácia na finalização. Pois bem, desta vez foi diferente.

A partida adivinhava-se difícil. Há vinte dias, o mesmo adversário foi ao Dragão e ganhou. Desta vez não teve hipótese. Mas diga-se, em abono da verdade, a equipa de Jokanovic nada fez para repetir a história recente. Com um 4x3x3 que deixava muito espaço entre meio-campo e defesa, o Nacional começou o jogo a perder pela estratégia – colocar Tomasevic ao centro e Danielson à esquerda também ajudou.

Com muitos metros para galgar entre linhas, a equipa de André Villas-Boas estava como gosta: com espaço para organizar, calmamente, o ataque. Nunca foi preciso acelerar muito. E os azuis-e-brancos não demoraram quase nada a perceber o cenário favorável que se desenhava.

Hulk, Hulk e… Hulk

Demoraram 4 minutos, precisamente. Foi esse o tempo de Belluschi - de pé esquerdo – tirar um belo cruzamento para o centro da área. Qual ponta-de-lança, Hulk apontou o primeiro golo de cabeça em Portugal. Uma anormalidade, pensou-se. Nada disso. O brasileiro começa a descobrir que, afinal, tem o que é preciso para ser ponta-de-lança, como iremos confirmar mais à frente.

O FC Porto entrava, assim, em grande, contra o carrasco do Estádio do Dragão. O Nacional esse, estava apático e tratava a bola como uma batata quente. O problema dos alvinegros é que os portistas não se queimavam e recuperavam o esférico com facilidade – é o que dá ter Fernando.

Mateus ainda ameaçou aos 13 minutos, marcando em claro fora-de-jogo, mas do Nacional não mais se viu. Depois disso, só deu FC Porto… até ao fim. James, aos 14’ e Hulk, aos 28’, novamente de cabeça, foram dando o aviso.

Só passaram cinco minutos, até que Moutinho descobriu o melhor marcador da Liga Zon Sagres com um passe por cima da defensiva contrária. Ao Incrível bastou acelerar, adiantar a bola com um toque de cabeça e chutar cruzado, fora do alcance de Bracalli.

O Nacional, que já estava mal, reagiu pior. Hulk quis avisar que ainda não estava satisfeito, quando surgiu isolado aos 42 minutos, a passe de James – que miúdo, este! Falhou. Não falhou três minutos mais tarde, quando retribuiu de calcanhar a oferta do extremo colombiano. O puto esqueceu-se da idade e, cheio de irreverência e classe, fez um chapéu perfeito a Bracalli.

Gerir o resultado… perto de Bracalli

Na segunda-parte, o FC Porto limitou-se a gerir e baixou o ritmo, porque Janeiro já vai longo e Fevereiro vai ser igualmente desgastante, com Liga Europa ao barulho. Mas ainda assim, podiam ter sido mais. Valeu Bracalli, na maioria das vezes. Que o digam Moutinho, Maicon ou James. E ainda houve (mais) Hulk, que confirmou os novos dotes com um terceiro cabeceamento… à trave.

E voltou a mostrar-se Cristian Rodriguez – que entrara pouco antes para o lugar de James, com um golo que o árbitro anulou, por falta.

Vantagem ampliada durante um mês

A vitória tranquila do FC Porto não só serviu para mostrar que os dragões também vivem sem Falcao – não se limitam à sobrevivência -, mas também reforça a margem pontual sobre um Benfica já a onze pontos.

O calendário só se acerta daqui a um mês, mas o FC Porto já sabe que a pressão, pelo menos, não estará do seu lado.