A equação das equipas B's | Relvado

A equação das equipas B's

Em termos de rodagem de jovens deverá ser ótimo, e sempre serão observados de mais perto e com muito
 

À vista desarmada ninguém apontará defeitos, desvantagens dos clubes, nomeadamente e sobretudo os grandes.

Em termos de rodagem de jovens deverá ser ótimo, e sempre serão observados de mais perto e com muito mais frequência, permite também ter sempre equipa para jogar, perto de jogadores que já conhecem, muito perto da família o que lhes dá mais estabilidade, que é sempre importante para um jovem.

Está a discutir-se a possibilidade das tais equipas B poderem participar no máximo até à Liga de Honra, tudo bem. Mais proximidade com a primeira Liga, campeonato já profissional... Mas poderá (e terá quase de certeza) uma consequência perversa: arrastar ainda mais os clubes pequenos para o fundo, pois para equipas B surgirem na Honra terão outras de descer e complicar ainda mais a sua vida.

E pergunto eu, será isto justo? Descer equipas que lá estão por direito, as outras que não desceram logo virão a sua vida complicada na mesma porque as equipas B serão muito mais competitivas em termos de jogadores (suponho eu, se não não vale a pena elas existirem) e em termos financeiros. Será justo as pequenas equipas sofrerem isto para satisfazer os desejos sobretudo dos grandes? Pois equipas com poucos recursos financeiros não lançaram equipas B.

Outra consequência direta seria na Primeira Liga, o que fariam equipas como Académica, Paços, Rio Ave, Leiria, Beira-mar sem os emprestados dos grandes? Seria complicado manterem a competitividade dado o pouco poder financeiro delas. Podiam sempre sair alguns jogadores das B para essas equipas, mas seriam mais caros em termos de salários pois não seriam tão jovens e tão inexperientes, já não ganhariam o seu "primeiro salário".

Penso que isto tudo tem de ser bem debatido e bem resolvido. Eu dou já a minha opinião ou uma pequena solução: aumentar o número de equipas na segunda Liga, para 20 talvez, e impedi-las de participar na Taça de Portugal e Taça da Liga, pois com 20 equipas e ainda mais essas eliminatórias tornar-se-ia muito desgastante e também em nome da Verdade Desportiva, Equipa A vs Equipa B nunca teria verdade desportiva.

Uma outra medida para aumentar a sua mais mais-valia era permitir que alguns jogadores da equipa B pudessem alinhar esporadicamente na respetiva A, o contrário não, pois seria benéfico para os jovens jogadores e às equipas A's por vezes colmatar algumas falhas.

Outra medida, esta fora do que falei acima, era restringir o número de jogadores acima dos 23 anos, por exemplo. Imaginem uma equipa B do Benfica, com Júlio César, Jorge Ribeiro, Balboa, Jardel, e outros que o Benfica despachou. Acabaria por não servir para fazer jogar jovens e apenas os mais fracos. Isto obrigaria na prática a estas equipas servirem para os jovens.

diversos:

Comentários [3]

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Pertinente

Um artigo pertinente e que coloca boas questões.
O assunto não é fácil mas tanto do artigo, como do comentário de dragao13 podem-se tirar boas ilações.
Para já manter a situação actual não será descabido pois retirando a muitas equipas da 1ª Liga os jogadores emprestados pelos 3 grandes, a competitividade diminuiria. Neste momento podemos dizer que existe competitividade no nosso campeonato. Demorou tempo a surgir, não acabemos com ela.

As equipas B têm custo/eficácia reduzido!

É tão raro, hoje em dia, ver neste relvado triste um artigo a tentar discutir futebol, sem provocações estúpidas, que quero dar os meus parabéns ao autor! Mas também convirá dizer que vai ter poucas respostas, já que ao contrário do que acontecia antes, não se discute futebol!
Mas creio que o mais importante é, nestes tipos de críse, avaliar a relação custo/eficácia das equipas B. Na verdade, poucos, muito poucos, jogadores sairam das formações B para as principais, enquanto existiram as B pelo que não estou convencido que valha a pena mantê-las! No meu clube, o FC Porto, lembro-me apenas de um jogador que passou rapidamente da B para a principal: Anderson, agora no Manchester United. Outros jogadores tiveram carreiras interessantes noutros clubes como o Thiago Silva, hoje no Milan e na selecção do Brasil, Evaldo no Braga e Sporting, Hélder Barbosa, hoje no Braga, Bruno Gama e poucos mais.
Ao contrário, os custos de manter essas equipas são grandes, quer por exigirem mais jogadores sob contrato quer pelos custos da participação competitiva das formações. Num tempo de crise, creio que os empréstimos, a clubes bem organizados e com treinadores capazes de fazer evoluir os jovens, conseguem os mesmos resultados com muito menos custos.
Já quanto á questão da justiça, tenho uma opinião bem diferente do autor do artigo. É que as equipas B apenas ocupariam os lugares competitivos que conquistassem. Na prática, quando elas existiam, vimos apenas um clube conquistar o direito à subida, o FC Porto, enquanto que vimos Benfica e marítimo descerem à III Divisão. Não se alterava significativamente a sitação competitiva dos campeonatos. Porque não permitir que as B pudessem ir até à Liga Orangina desde que conquistassem no campo esse direito?

...

é um Pau de dois bicos, acho que sim em relação ao ponto dos 23 anos, seria ate ideal alargar a jogadores Portugueses (ou comunitarios) aos 25.
Mas outra verdade é as condições que existem, sobretudo da segunda liga para baixo, onde ainda não é profissional...nenhum dos grandes se disponibliza (e bem) a colocar jogadores promissores a jogar em relvados de pasto de cabra, contra equipas cujo "bater" nas pernas não é importante...eu como director de um clube grande recusaria colocar uma promessa a jogar numa liga onde estaria sujeito a contrair lesoes atras de lesoes....
Por outro lado e como dizes e bem, é injusto colocar uma equipa B de um grande directamente na Liga Orangina...
Acho que nao e por falta de vontade dos clubes mas sim falta de condições das nossas ligas inferiores.