Emprestados - Concorrência desleal ou mais do que isso?

Segundo foi notícia, a época passada o Manchester United emprestou 2 GR a duas equipas (Everton e Watford) da divisão principal do futebol inglês. Os dois jogadores foram titulares habituais, ao longo da temporada, excepto nos jogos contra o clube cedente, por imposição dos regulamentos da Premier League.Num dos jogos, um frango do habitual GR suplente do Everton deu uma importante ajuda ao ManU para ganhar um jogo.Por força deste caso, foi reaberto o debate, em Inglaterra, sobre a cedência temporária de jogadores entre clubes que disputam a mesma competição desportiva, tendo sido defendida a proibição total de empréstimos entre equipas do mesmo escalão competitivo.Em Portugal a regra é diferenteSe por um lado não existe qualquer limite ao número de jogadores emprestados, é proibida, por outro, a imposição contratual de o jogador emprestado não poder jogar contra o clube originário, sendo esta norma recente (dois ou três anos).Não deveria ser de maneira diferente, proibindo-se totalmente os empréstimos ou, no mínimo, estabelecendo limites? Vejamos alguns argumentos:1 - A regra de que o jogador não pode jogar contra o clube de origem evita especulações acerca do grau de empenho do jogador emprestado. (por exemplo, imaginemos que o frango do Everton tinha sido do GR provindo de Manchester).2 - O empréstimo de jogadores entre clubes do mesmo campeonato põe em causa a chamada verdade desportiva, a igualdade entre os concorrentes e a própria credibilidade e transparência das competições.3 - O empréstimo de jogadores permite que os 3 grandes (principalmente, mas não só) consigam colocar a jogar os seus excedentários, quer seja provindos das camadas jovens, quer seja contratações falhadas. Resultado: os plantéis dessas equipas têm muitas vezes 50 ou mais jogadores, com os inerentes custos salariais.4 - O empréstimo de jogadores permite criar alianças entre clubes, que são vistas depois nas votações da Liga. Exemplos: a recente comunhão de pensamentos entre LFVieira e Rui Alves, após a compra de Miguelito e o empréstimo de 2 ou 3 jogadores ao clube da Madeira, ou a passagem do Estrela para o lado do FCPorto, por força do falhado empréstimo de Bynia e do imediato empréstimo de Luís Aguiar5 - Last, but not the least, o múltiplo empréstimo de jogadores permite que se mantenham na primeira divisão equipas sem meios e estruturas para o fazer. Os exemplos são vários (de vários anos, não só do actual): Alverca (teve simultaneamente 3 ou 4 emprestados de cada grande), Setúbal, Leça (o maior exemplo) ou Académica, que em várias épocas, e por impossibilidades várias, recorreram de forma maciça a empréstimos dos 3 grandes.Equipas sem estruturas de primeira divisão e que são mantidas artificialmente entre os grandes deviam acabar.Na minha opinião, para concluir, a regra devia ser a existência de limite de emprestados (limites para o clube dador e para o clube receptor*) e proibição de jogar nos jogos com o clube mãe.*Por exemplo, cada clube só poderia emprestar 5 jogadores, com o limite de dois ao mesmo clube, e só poderia ter no seu plantel cinco jogadores emprestados.E a vossa?Nota: usada parte da informação contida aqui!LG