Duque: com preocupações mas sem salário

No dia da tomada de posse como novo presidente da Liga Portugal, Luís Duque não se escondeu ao falar sobre a situação financeira complicada da entidade que agora preside: "Não chego aqui iludido. Chego preocupado, muito preocupado. Não é preciso ser perito em finanças nem adivinho para perceber".

O novo líder não vai receber ordenado, anunciou o próprio. E explicou porquê: "Venho em missão e não em busca de um emprego. Não faz sentido haver um presidente remunerado numa entidade que não distribui dividendos pelos seus associados, que são os clubes".

Pelo meio do seu discurso, sem direito a perguntas dos jornalistas, o dirigente deixou um recado a outros governantes: "O topo da pirâmide do futebol português precisa de crescer, mas para isso a nossa competência não deve ser sobresarregada com taxas e impostos".

Luís Duque não fugiu a outro assunto muito comentado, a exploração dos direitos comerciais e televisivos do futebol português, que deverá ser centralizada, de acordo com o novo presidente: "Só assim seremos uma Liga forte e um parceiro de mercado apetecível. Só Portugal e Espanha resistem em não avançar para o novo paradigma dos direitos centralizados".

O presidente da Liga anunciou que a revisão dos estatutos da entidade vai ser iniciada "de imediato" e apelou também, diretamente a Fernando Gomes (presidente da Federação Portuguesa de Futebol, que esteve presente) à união entre Liga e FPF: "Uma Liga mais forte resultará numa FPF mais forte. Os clubes precisam da sua ajuda. Precisamos de um plano de longo prazo e não apenas de tratar de questões financeiras".