Comissão Disciplinar quer penas mais duras para jogo violento

A Comissão Disciplinar (CD) vai propôr na próxima Assembleia-Geral (AG) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) um agravamento dos castigos para a prática de jogo violento. Num comunicado a CD vem lamentar que é «notório e evidente» que o limite máximo de sanção para o jogo violento é «insuficiente», uma vez que os regulamentos prevêm de 1 a 2 jogos de castigo para estas situações. Depois das críticas vindas a público em virtude de algumas decisões tomadas, a CD vem lembrar aos clubes que é da sua responsabilidade mudar as normas actuais, realçando que é da «competência da AG da LPFP» aprovar o Regulamento Disciplinar.



A CD salienta no referido documento que a ela só lhe compete aplicar as normas votadas pelos clubes «mesmo que relativamente a elas tenha dúvidas, discordâncias e veja nelas lacunas, imprecisões e deficiências». E é certo que para os membros da actual CD as sanções previstas para o jogo violento são demasiado leves, não só por comparação com as sanções para a agressão física, que são castigadas com 1 a 5 jogos, mas também tendo em conta as regras da Federação que indicam 2 a 4 jogos de castigo, lembra a estrutura da LPFP. Perante isto a CD anuncia que vai propôr a alteração ao artigo 122 número 1 do Regulamento Disciplinar, respeitante à prática de jogo violento e a outras faltas intencionais, visando aumentar o seu limite máximo de suspensão e de multa.
Este dado surge no âmbito de algumas críticas de clubes no seguimento de decisões tomadas pela CD. O Órgão da Liga vem deste modo fazer um esclarecimento, começando por notar que para "formatar" uma análise rigorosa decidiu em reunião de Outubro passado definir que aplicaria 1 ou 2 jogos de suspensão conforme o descrito no relatório do árbitro e segundo aí se relatassem situações de menor ou maior gravidade. À luz deste conceito a CD explica que sancionou Maurício (Braga) à 8º jornada, Marcinho (Marítimo) à 11ª e Edson (Paços de Ferreira) à 14ª jornada com 2 jogos de suspensão cada «em virtude de a descrição da equipa de arbitragem ter qualificado como mais grave a conduta violenta». Do mesmo modo Nuno Gomes só mereceu 1 jogo de castigo à 12ª jornada depois do jogo em Alvalade por o relatório do árbitro enquadrar «como menos grave a conduta violenta», justifica a CD que esclarece também que no caso do avançado do Benfica não estamos perante uma situação de reincidência, notando que tal só se verificaria se Nuno Gomes tivesse sido expulso por injúrias e ofensas à equipa de arbitragem, como foi o caso aquando da sua expulsão no Bessa, o que motivou que então cumprisse 2 jogos de castigo.
A terminar a CD salienta que agirá dentro deste princípio que se baseia na análise escrita dos árbitros até ao fim do campeonato «sem olhar às camisolas», apesar da «dificuldade» que admite perante algumas descrições dos juízes. Os elementos da CD lembram por fim que a estrutura não pode recorrer às imagens televisivas para ajuizar os lances, recordando novamente que é assim que está inscrito nos Regulamentos por decisão dos clubes.