Benfica tem o plantel menos português da I Liga

Com o fecho do mercado de transferências em Portugal, será interessante analisar o número de portugueses que tem cada uma das principais equipas do nosso campeonato.

Nestas contas das nações, por vezes é preciso procurar bem para encontrar portugueses num plantel. Revelador da fase que o futebol nacional atravessa, no que diz respeito aos clubes.

Desde logo, um facto que há uns anos quase ninguém imaginava: a equipa que conta com mais internacionais portugueses não é o FC Porto, não é o Benfica, não é o Sporting. O Sporting de Braga ocupa essa liderança virtual.

Quim, Beto, Custódio, Hugo Viana, Ruben Amorim, Ruben Micael - seis jogadores (quatro deles médios) que já representaram Portugal, aos quais se pode juntar em breve Nuno André Coelho. Apenas Quim não é opção regular de Paulo Bento nos dias que correm. Cristiano, Hélder Barbosa, Éder e Yazalde aumentam para 11 o número de atletas lusos à disposição de José Peseiro.

Depois chegam os três "grandes". E lá vamos aos números, para alguns, vergonhosos: FC Porto e Sporting têm seis jogadores portugueses cada, no plantel inteiro.

A norte jogam Miguel Lopes, Rolando, Emídio Rafael, Castro, João Moutinho e Varela. Quatro deles internacionais. Em Lisboa moram Rui Patrício, Cédric, Pereirinha, Carriço, Adrien e André Martins - todos eles formados em Alcochete. Apenas o primeiro é incluído na seleção nacional sénior.

Quando chegamos à Luz, convém levar uma lupa. Em 24 jogadores encontramos... quatro portugueses. Com as saídas nas últimas semanas de Roderick, Nélson Oliveira, Hugo Vieira e Yannick Djaló, ficaram na equipa principal da Luz os resistentes Paulo Lopes, Luisinho, Miguel Vítor e Carlos Martins. Uma fartura. E somente um deles deverá ser utilizado (em princípio) com frequência.

No caso destas quatro equipas, tal como Vitória de Guimarães e Marítimo, há também os atletas das respetivas equipas B. Mas nesta contabilidade incluímos os jogadores que treinam habitualmente com o plantel principal.

No resto das formações da I Liga, destaque para o Vitória de Setúbal que, com 19 portugueses, é a equipa mais nacional do primeiro escalão. A média nos restantes conjuntos ronda os 12 lusos - alguns um pouco mais, outros um pouco menos - e o plantel menos português é mesmo o do Benfica.

Nota importante: estes números ainda podem sofrer alterações. Ontem o mercado fechou em Portugal e em vários países europeus, mas há outros locais, como França, Rússia ou Turquia, nos quais as negociações ainda são permitidas. Sem esquecer os jogadores livres que, por não estarem ligados a qualquer clube, podem assinar um novo contrato a qualquer altura.

Mas, para já, as contas são estas. Que soluções se retiram?