Balanço de 2011: Do caos à esperança em Alvalade | Relvado

Balanço de 2011: Do caos à esperança em Alvalade

Período de revolução leonina com demissão de Bettencourt, eleição de Godinho Lopes e adeus de Liedso
 

Janeiro

O ano de 2011 começou com um acontecimento raro, como se veio a comprovar: o FC Porto perdeu um jogo. Foi contra o Nacional, em casa, e acabou por custar uma Taça, a da Liga, aos Dragões. Mas não lhes fez falta, como a contabilidade lá mais para a frente demonstrou.

Em Zurique, José Mourinho via a sua época brilhante no Inter de Milão ser premiada com o galardão de melhor treinador de 2010. Lionel Messi voltava a ser o melhor jogador, superiorizando-se a Iniesta e Xavi. Irá repetir o feito dentro de dias?

Por cá, uma surpresa. José Eduardo Bettencourt demitia-se da presidência do Sporting, após pouco mais de um ano à frente dos leões. E Tiago renunciava à Seleção Nacional.

Dois negócios deram que falar no mercado de transferências de inverno: Liedson deixava de resolver em Alvalade e regressava ao seu Brasil natal, vendido ao Corinthians por 2,1 milhões de euros; e David Luiz trocava o Benfica pelo Chelsea por 25 milhões, mais o passe de Matic.

Fevereiro

Fevereiro começou como Janeiro: o FC Porto perdia em casa, agora frente ao Benfica. A derrota por 2-0, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, abria o caminho do Jamor aos encarnados. No final, Jorge Jesus deixava uma frase premonitória: "O nosso rival pode muito bem ir à Luz fazer o que a gente fez".

Em Alvalade, Costinha, diretor desportivo do Sporting, decidiu dar uma entrevista em que criticou a gestão do clube. Na resposta, foi naturalmente despedido.

Paulo Bento: LusaPaulo Bento perdia pela primeira vez à frente da Seleção, num particular com a Argentina (derrota injusta!) e Ronaldo, que já tinha sido o Fenómeno e agora era o Gordo, abandonava o futebol aos 34 anos. Integra por direito próprio a galeria dos melhores de sempre.

O Sporting vivia tempos muito difíceis. Os leões perderam em casa com o Benfica por 2-0 e, três dias depois, foram eliminados da Liga Europa em Alvalade, na segunda mão dos 16avos-de-final, ao permitirem um golo do Glasgow Rangers a um minuto do fim… Como corolário natural, Paulo Sérgio não chegava ao fim do mês e cedia o lugar no banco a José Couceiro.

Março

Março abriu com novo dérbi lisboeta. Para não destoar da tendência da época, o Benfica venceu o Sporting por 2-1 e seguiu para a final da Taça da Liga. Era a 18.ª vitória consecutiva dos encarnados… e o oitavo jogo sem triunfos dos leões.

O percurso positivo do Benfica foi interrompido quatro dias depois, com uma derrota em Braga para o campeonato, que tornava o título uma miragem. Nos bastidores, assistia-se a uma pouco edificante troca de ‘bocas’ entre João Gabriel, pelo Benfica, e Pinto da Costa, pelo FC Porto.

A tensão entre os dois rivais subia de tom. O vice-presidente do Benfica, Rui Gomes da Silva, queixava-se de ter sido agredido num restaurante do Porto. "É mais uma palhaçada", comentava Pinto da Costa. O ambiente agravou-se ainda mais quando o carro onde seguia Luís Filipe Vieira foi apedrejado na auto-estrada, quando o Benfica regressava de um jogo em Paços de Ferreira.

Em Alvalade, começava uma nova era, com a eleição de Godinho Lopes como presidente, num processo que obrigou a recontagem dos votos. Os apoiantes de Bruno de Carvalho, candidato derrotado in extremis, queixaram-se de ilegalidades e a noite eleitoral acabou em caos e violência.

O futebol, e não apenas o futebol, ficava mais pobre com a morte aos 90 anos de Artur Agostinho.

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