Amor à camisola em vias de extinção

O mudança não está entre comas no título porque o sistema (do Relvado claro!) não o permite.
Alguns exemplos:

TONI - Era adepto do Belenenses quando saíu de Mogofores sua terra natal para ir jogar para a Académica. Acabou transferido para o Benfica e aí atingiu grande notoriedade. A par de Coluna o melhor médio central que eu vi até hoje em Portugal. Tantos anos no Benfica criou nele um amor imenso a esse clube. Acho que ninguém duvida disso.

HERNANI - Uma das maiores glórias do FCP. Exemplo parecido com Toni, entrou benfiquista na Constituição (ainda não havia Antas, estava a ser construída) e acabou por ser um "doente" do FCP.
Já faleceu. Um obrigado Hernani por ter tido o privilégio de te ter visto jogar.

INÁCIO - Palavras dele: "Sinto amor pelo Sporting e paixão pelo FCP".
Eu compreendo as suas palavras, vocês também?

Haveria muito mais exemplos para citar, ficará para uma próxima oportunidade.

EUSÉBIO DA SILVA FERREIRA - nunca saíu do Benfica, exceptuando no fim de carreira os EUA onde foi ganhar uns merecidos dólares acabando depois no Beira-Mar, no auge da sua carreira - não por culpa do Benfica, não porque ele não quizesses, mas sim porque..."Sua Excelência" o Presidente do Conselho de Ministros e "Pai da Nação" Dr. Oliveira Salazar não permitiu! Lavrou um decreto em que proíbia o Benfica e Eusébio de fazerem à sua vida o que bem entendessem.
Tempos de escravatura pura!

FERNANDO GOMES - foi "obrigado" a acabar a carreira no Sporting, porque o clube do seu coração (FCP) já não o queria. E como ele se sentia útil e queria mostrar que estava "vivo" ainda fez uma bela época no Sporting.

RODOLFO REIS - Fez toda a carreira no FCP. Se o fez porque "amava" demasiado o clube ou porque não teve convites do estrangeiro desconheço. O que sei é que após o fim da sua carreira, o clube arranjou-lhe várias vezes emprego noutros clubes. Este deve estar agradecido a Pinto da Costa.

brincando um pouco posso apontar 3 nomes:

Paulinho Santos que recusou uma proposta do Barcelona para continuar a jogar no Porto

Beto que recusou várias propostas do Real Madrid

João Pinto que recusou uma boa proposta de um clube espanhol para continuar de águia ao peito (e acabar por sair a custo zero para o Sporting)

O Sôr Trapattoni!!Isso é amor á camisola!!Dá títulos,foge e rouba jogadores importantes!!Tudo isto pela família claro!!

Amor à camisola:
-Paulinho Cascavel
-Jesus
-Costeado
-Basílio Marques

Falta de amor à camisola:
-Nuno Espírito Santo
-Fredrik
-Zahovic
-Fernando Meira
-Makukula
-Bruno Tiago
-Duda

São apenas alguns dos casos de que me lembro.

Bem lembro-me á 2 anos do jogador Zé da Barca (defesa direito do errense),que foi convidado para ir para o clube rival onde iria ganhar:
- 6 contos por vitória da equipa
- 2 contos por empate
- 5 contos por golo
- 2 contos por comparecer nos treinos
- Por fim em caso de derrota havia sempre petisco no fim.
Recusou pois claro!!AMOR AO ERRENSE È PARA SEMPRE!!!È BEM Zé da Barca

ERRENSE ESTÀ SEMPRE CONTIGO!!!

dos tempos do Barcelona, em que trocou o Barça pelo rival Real de Madrid por umas quantas pesetas a mais

É muito provavel que o nome de quem falo não diga absolutamente nada a vocês, porque o amor deste jogador à camisola fez com que passasse ao lado de uma grande carreira. Joga no Caldas, na 3.ª Divisão Divisão Nacional, com perto de 41 anos é titularíssimo e ainda é, actualmente, não tenho dúvidas absolutamente nenhumas, o jogador com mais classe a jogar nesta divisão.
Hermes António Português chegou ao Caldas na época 90/91, um ano depois de ter deixado o seu país, Cabo Verde, para tentar a sorte no futebol português. Titularissimo já na altura, quando o Caldas de Jaime Graça e, depois, de António Fidalgo, tentava a subida à 2.ª Divisão de Honra, era companheiro e, dizem as crónicas e quem sempre o viu jogar, melhor jogador, mais completo, que companheiros que chegaram a jogar na 1.ª Divisão, como Gila, no Beira-Mar, Graciano e Wilson, dois jogadores que fizeram, depois, carreira no Belenenses (sim, falo do Wilson que ainda no ano passado jogava no Belem).
E avaliando a classe que ainda hoje coloca em campo, sendo defesa central e jogando sempre de cabeça levantada e saindo a jogar com uma facilidade que até arrepia, não há como duvidar que, se tivesse aceitado convites que teve para sair, em clubes com mais visibilidade e onde ia receber muito mais dinheiro (o ordenado que ganha no Caldas obriga-o a ter outro emprego há já muitos anos), poderia ter tido uma carreira num clube de bom nível no nosso país, quem sabe se não mesmo um grande, se tivesse os conhecimentos certos.
Para vos dar mais uma ideia do amor à camisola que este jogador tem, com 40 anos (16 épocas de Caldas e mais que 500 jogos oficiais ao serviço do clube) tinha programado deixar de jogar no final da época passada, mas o Caldas desceu de divisão e, não querendo abandonar numa situação dificil na vida do clube, está a fazer mais uma época e digo-vos, se manter o nível, vai ser dos jogadores mais utilizados e mais regulares de uma equipa que tem média de idades de 23 anos.
Acho que é dificil haver um caso melhor que este, até porque pode não ser fácil fazer prevalecer o amor a uma camisola que já meta no fim do mês um bom ordenado em casa, mas é muito mais dificil fazê-lo num clube de pequena dimensão e que lhe deixou de pagar várias vezes (quase tantas quantas as que acabou por perdoar essas dívidas).
Acompanho todos os jogos do Caldas há três épocas e a cada jogo gosto mais de o ver a jogar.